
Assim como quem se baseia no noticiário para ter uma impressão do Brasil, eu tinha uma visão mais tensa de Israel. A verdade é bem diferente dos conflitos pontuais nas fronteiras que são retratados todos os dias. Uma questão política que é muito difícil de se abordar por lá. A maioria das pessoas que encontrei são de direita e, em quase um gesto de esquecimento das atrocidades sofridas por eles na segunda guerra, ele veem os árabes como pessoas de segunda linha... Espero algum dia ter a sorte de encontrar alguém da esquerda por lá para poder conversar melhor. Amos Oz, por exemplo, é um escritor ridicularizado por acreditar num diálogo de paz. Tive também o desprazer de ouvir de um certo alguém que viveu na Africa do Sul que hoje em dia é perigoso, no tempo do apartheid era melhor. Talvez não tenha tido tanta sorte nos encontros que fiz...
As pessoas por lá são bem abertas e receptivas, quase todos falam pelo menos um pouco em inglês. A migração russa é massiva, assim como os franceses também marcam presença constante. Israel convida cada vez mais os judeus a fazerem Alyah, um retorno a terra natal que traz muitas vantagens para quem o faz: isenção de impostos por 10 anos, ajuda nos estudos, na moradia, aprendizagem gratuita do hebreu... Muitos magnatas russos fizeram de lá uma espécie de paraíso fiscal, e como os preços na moeda local eram mais baixos que na Europa, houve uma explosão imobiliária. Os preços agora são bem altos.

Tel-Aviv: uma cidade moderna cheia de contrastes. Prédios hyper modernos e modestos lado a lado. Muitas casas foram demolidas para ceder espaço a arranha céus, pois a população aumenta e a terra é pequena. O passeio beira mar é bem atraente, com restaurantes e lojas perto do porto, belas praias que devem ser bem movimentadas no verão. O passatempo predileto das pessoas me parece ser tirar selfies e ir ao shopping. São tantos shoppings por lá!
Jaffa: parte antiga de Israel, o primeiro porto que liga o mar a Jerusalém, bem ao lado de Tel Aviv. Toda a cidade foi transformada em lojas tendências, com artesãos, galerias, restaurantes bonitos, sucos de frutas para tomar no caminho... vale muito a pena o passeio.
Haifa: dizem que essa cidade é onde cristãos, judeus e muçulmanos vivem em harmonia. É pequena e seu maior atributo é o jardim árabe na montanha. Lindo!
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Jardim de Haifa |
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Vista da entrada do jardim |
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Arvore de Natal e Hanukeah, misturando culturas |
Hertzalia: Pequeno paraíso de ricos, com lindas mansões, muito calmo e com um belo porto que ferve no verão.
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Torre de David |
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Vista da cidade de David: parte árabe |
Jerusalém: Por não ser nem um pouco espiritual, não me tornei nada diferente depois de visitar. É uma linda cidade antiga dentro de uma cidade moderna. As pedras das construções dão harmonia a cidade. Ao lado da cidade velha, no vale entre o monte das oliveiras, uma espécie de favela se apresenta aos nossos olhos, território árabe, casas precárias, galinhas na rua e no telhado, crianças sujas de terra chutando bola... Da cidade de David se pode ter uma bela vista desse local. A cidade de David aliás é um local arqueológico e pode-se visitar as ruínas. O mais interessante é o sistema de águas do local, no verão se pode atravessar a cidade por um túnel cheio de água! Há a opção do caminho seco que fiz.
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Papéis no muro |

Na cidade velha a única parte que há um sítio arqueológico com túneis para se visitar é a judia. A parte judia da cidade foi destruída no século XIX o que favoreceu a pesquisa arqueológica. Hoje em dia as casas se encontram no nível superior das ruínas. O muro das lamentações é um local espiritual aberto a todos, sem ídolos, toda reza pode passar por aquele local. Muitos papéis nas paredes com os pedidos das pessoas. A parte das mulheres é "curiosamente" menor que a dos homens, vá explicar o machismo das religiões...
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Mercado parte cristã: objetos judios |
A parte islâmica e católica são bem similares com mercados de rua cheios de cacarecos para turistas. A Igreja foi construída na montanha onde Jesus foi crucificado, e toda a via crucis pode ser feita a pé, há placas que indicam onde aconteceu cada evento. O pessoal é bem fanático e chora e se emociona diante das relíquias... Santa Helena foi quem decidiu onde tinha sido cada evento da vida e morte do Cristo. Ela chegou mesmo a obrigar alguém a mostrar onde estava a cruz e a coroa, somente uns séculos mais tarde da morte dele.... e as pessoas adoram essas ilusões. A igreja é um horror, dividida entre as mais diversas correntes do cristianismo, cada parte tem uma decoração e os lugares que permanecem na briga estão em ruínas sofrendo ainda a ação do tempo.
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Igreja do Santo Sepulcro |
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Vista da torre da Igreja do Santo Sepulcro |
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Vista do monte das oliveiras ao fundo e da mesquita |
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Etapa da via crucis |
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Teatro |
Cesaria: Cidade do tempo dos Romanos, porto feito em homenagem a Cesar e que sofreu inúmeras invasões e transformações. Belo local, calmo e aprazível. Vale a visita!
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Arco íris sobre a cidade |
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Algumas ruínas de Cesarea! |
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